Tradições estranhas

A rodada deve entrar no quadrado. Esta regra não se aplica apenas em casa, na Alemanha. Não conheço nenhum outro esporte que conecte pessoas ao redor do mundo e as una como o futebol. Também não há necessidade de uma linguagem comum em campo, porque as regras são bem conhecidas, mesmo no Vietname.

Entretanto mudei-me para outro apartamento internacional com novos colegas de apartamento da Escócia, Sérvia e Vietname. Não porque eu não quisesse ou não pudesse ficar no meu antigo quarto, mas sim para conhecer novas pessoas durante o tempo restante no Vietnã. E aconteceu que todos os colegas de quarto do sexo masculino agora jogam futebol e ficaram felizes em me incluir em seus times. Agora jogo até quatro vezes por semana, tanto no gol quanto como jogador de campo do Drink Team no campo grande e do Western United no campo pequeno de 7 jogadores. A diversão é a principal prioridade, por isso, antes mesmo do jogo começar, há uma discussão sobre onde aproveitar o Bia Hoi recém-aproveitado após o jogo. E não só isso lembra o esporte amador local. Mesmo regras bizarras, que em última análise servem apenas para garantir que se beba o máximo de cerveja possível em pouco tempo, fazem parte das tradições que as equipas vivem. Seu próprio nome não pode ser citado na rodada, caso contrário a cerveja deverá ser enviada por mensagem de texto. Principalmente com os recém-chegados, a inexperiência é aproveitada e depois que pude vivenciar essa regra em primeira mão, me senti aceito na tropa. Uma música vietnamita é tocada e o clima está no auge. Outra curiosidade do time da bebida é que eles tentam acertar o copo dos outros jogadores com amendoim, que aqui é obrigatório junto com a cerveja. Se o copo for atingido, o adversário tem três tiros livres para acertar o copo do lançador. Se acertar, o iniciador da rivalidade tem que beber a cerveja de um só gole, se não conseguir em três tentativas, este último tem que beber a cerveja. Agora você também sabe de onde veio o nome do Drink Team. O facto de termos perdido os três jogos com a minha presença desempenha um papel menor. O sucesso esportivo não é tudo e o melhor dos esportes coletivos é estar junto com a equipe.

Pude experimentar novamente a hospitalidade vietnamita na semana passada. Meu colega Duc me convidou para ir à sua casa. Visivelmente orgulhoso, o jovem de 27 anos mostrou-me a sua casa e a sua pequena família. Duc mora com a esposa e o filho de três anos em um dos muitos arranha-céus recém-construídos em Hanói. Ele me contou que se mudou com sua família há dois anos, logo após a construção. O elevador subiu até ao 22º andar, de onde a vista sobre Hanói é absolutamente impressionante. Em vez de comida vietnamita, Duc e sua esposa prepararam um cardápio mais ocidental de bife, batatas fritas, brócolis e uma salada colorida. Isto foi acompanhado por Glenlivet, um whisky escocês. Para seu filho, porém, o iPad foi mais interessante do que a visita ao exterior. A pequena usava o YouTube com naturalidade e escolhia filmes infantis pequenos para assistir. Depois do jantar nos despedimos, mas com a intenção de nos reencontrarmos.

Hoje teve mais um compromisso na minha agenda. Há algumas semanas, a Sra. Voigt, do Escritório Internacional em Greifswald, escreveu-me que a Deutschlandfunk estava fazendo uma reportagem sobre as relações germano-vietnamitas e pedindo uma entrevista comigo. Claro que aceitei, porque também me vejo como um representante da Universidade de Greifswald e gostaria de ajudar mais estudantes a irem para o estrangeiro, pois posso dizer que estas experiências são incrivelmente enriquecedoras. E esse também foi o tema da conversa com a Sra. Lueg, que será transmitida pela Deutschlandfunk às 14h05 da segunda-feira de Pentecostes como parte da reportagem.